Observe sua letra e avalie sua capacidade de inovar, renovar e gerar novas ideias
Por Luciana Boschi
Acredita-se que o potencial criativo humano tenha início na infância. Quando as crianças têm suas iniciativas criativas elogiadas e incentivadas pelos pais, tendem a ser adultos ousados e propensos a agir de forma inovadora. O inverso também parece ser verdadeiro.
Quando as pessoas sabem que suas ações serão valorizadas, parecem tender a criar mais. O medo do novo e o apego aos paradigmas são formas de consolidar o status quo. Quando sentem que não estão sob ameaça (de perder o emprego ou de cair no ridículo, por exemplo), as pessoas perdem o medo de inovar e revelam suas habilidades criativas.
Criatividade é o processo de tornar-se sensível a lacunas no conhecimento; é identificar a dificuldade e buscar soluções, formulando hipóteses e comunicando resultados.
Neste sentido, o processo criativo só é possível quando o cérebro detém uma grande variedade de conhecimentos e informações, fazendo com que as associações de ideias ocorram de uma forma mais fluida e permitirão alcançar conceitos novos de uma forma única e original.
A análise da letra pode ser considerada uma ferramenta de suma importância para identificação do potencial criativo, onde podemos observar a presença ou de não de sinais que sugerem o bom relacionamento interpessoal.
Exemplo:
Mulher de 28 anos, arquiteta
Ao sermos alfabetizados, aprendemos o padrão “caligráfico’ de escrita, mas, à medida que amadurecemos, nossa escrita também amadurece e adquire formas próprias. Neste sentido, podemos dizer que, quanto mais nos distanciamos do padrão caligráfico, maior a nossa contribuição à nossa letra, ou seja, maior o nosso poder de criação.
Como a forma das letras refere-se à criatividade, a irregularidade das formas percebida nesta escrita indica alto grau de inovação e individualização e julgamentos flexíveis.
Se a criatividade está associada à ousadia, ao desprendimento e à habilidade para quebrar paradigmas e ousar, a sinuosidade das linhas indicará flexibilidade e jogo de cintura para atuar em ambientes em constante mudança.
A falta de ligação entre letras indica pensamento intuitivo, capacidade de abstração e tendência a focar-se em possibilidades. Sugere ainda facilidade para desenvolver sistemas teóricos e análise de processos que partem da causa para o efeito.
Seu gosto por atividades novas e desafiantes está representado pelas desigualdades no grafismo, de um modo geral.
A escrita regular é aquela em que o escrevente se mantém constante em todo o ambiente gráfico, apresentando poucas ou quase nenhuma variação nos traços. Um texto regular revela estabilidade, firmeza, auto-controle, equilíbrio, disciplina, previsibilidade, ordem, método, concentração, perseverança. Mas também denota intolerância, frieza, preconceito, rigidez, dificuldade de adaptação, inflexibilidade, escassa criatividade, monotonia.
Ao contrário da anterior, na escrita irregular o autor apresenta muitas variações no grafismo, dando a ideia que são várias pessoas escrevendo. Estas variações, em geral, indicam versatilidade, flexibilidade, criatividade, ousadia, irreverência, vivacidade, sensibilidade, espontaneidade, riqueza de idéias, intuição, dinamismo. Pode-se dizer que estas pessoas têm foco nas ideias.
Em contrapartida, esta escrita pode indicar inconstância, instabilidade, irritabilidade, susceptibilidade, falta de vontade, pouca perseverança, impaciência, indisciplina, imprevisibilidade.
Luciana Boschi é membro efetivo da SOBRAG com título oficial de Grafóloga. Especialização em Grafologia; MBA em Marketing – UFF; MBA em Administração Gerencial – UFF e Autora dos livros: “Grafologia e Competências – identificando talentos através da escrita!” e “A Personalidade através da Escrita”. É Sócia-diretora da Dom Graphein Soluções em Grafologia e RH.