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Parece, mas não é!

Conduzi um Workshop de Carreira na semana passada e uma das coisas que despertou grande interesse dos participantes foi o tema percepção. Uma das atividades que realizamos mostrou de forma simples como criamos estereótipos e julgamos as pessoas a partir deles. Quando pensamos em gestão de pessoas fica fácil lembrar o estrago que isso pode causar nos processos seletivos.

Estrago para ambos: empresa e candidato.

Quando participamos de um processo seletivo, invariavelmente, investimos algum tempinho pensando nos comportamentos que devemos adotar para nos mostrarmos em linha com a cultura da empresa que estamos “namorando”. Óbvio que o risco aqui é fingirmos tanto que acabamos criando um personagem, que pode até ser valorizado pela empresa, mas que depois se transforma em um dos grandes geradores de insatisfação pós-admissão.

Também vale mencionar o stress e ansiedade que esse pensamento causa porque muitas vezes, conhecendo a empresa, sabemos antes mesmo de chegar lá que alguma coisa no nosso visual ou comportamento não está dentro da expectativa. O risco aqui é já irmos para a entrevista com a derrota anunciada e depois é só confirmar a previsão: “eles não me escolheram por isso ou por aquilo…”.

Mas não podemos dizer que a perda da empresa seja menor do que a do candidato. Quando um selecionador aprova um candidato com base em um esterótipo, está, muitas vezes, iniciando no mesmo momento, o processo de turnover que vai ser concluído logo depois. A empresa perde tempo, dinheiro e tem que gerenciar expectativas que não se realizaram.

Da mesma forma, quando reprova um candidato com base naquilo que “viu” (ou acha que não viu), a empresa corre o risco de estar perdendo uma das coisas mais desejadas, hoje, em um ambiente de trabalho: a diversidade. Muitas e muitas vezes rejeitamos aquilo que é diferente do que aprendemos como certo ou como bom, simplesmente escrevemos em pedra que se não é daquele jeito, não serve e acabamos selecionando mais do mesmo. Já pensou na perda de negócios que há quando uma empresa não entende a diversidade? Quando uma empresa não recria dentro do seu próprio ambiente de trabalho um pouco do que acontece no mundo lá fora? A perda é imensa!

O quê fazer então? Milagres não existem, nem tão pouco fórmula mágica. Mas dá sim, para empresas e candidatos fugirem, conscientemente, da armadilha do julgamento com base em estereótipos. Empresas vêm, por exemplo, adotando cada vez mais a entrevista por competências como forma de basear um julgamento em fatos e dados, outras, não abrem mão de ter a opinião de vários entrevistadores e a busca do consenso como forma de minimizar preferências individuais.

Por sua vez, os candidatos devem sim escolher seu próximo empregador com base nos valores orgnizacionais e na cultura. Devem, também, aumentar sua dose de auto-conhecimento como forma de se apropriar da sua história e dos seus objetivos e, assim, não vestir a roupa de um personagem.

Sorry, there are no polls available at the moment.

Fácil nunca será…

Aproveite para conferir essa entrevista de Marcelo Cuellar, Head Hunter, com sugestões do quê levar em consideração antes de participar de um processo seletivo. Ele aborda também o apagão de talentos e as competências gerenciais mais desejadas.

[http://www.youtube.com/watch?v=9gTsgS2VcGg]

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5 Comentários

Muito interessante seu blog, Claudia. E a entrevista, particularmente. Só faltou ele falar sobre um ponto que é sempre sensível em processos seletivos e entrevistas: remuneração.
Parabens pelo trabalho.

Obrigada Fernando! Espero que possa visitar sempre as páginas do Salada Corporativa.

Vc esta certo, o tema remuneração é sempre sensível. Já que se interessa pelo tema, imaginei que fosse gostar dos textos que publicamos sobre o assunto. Confira nos links abaixo. Obrigada! Claudia

http://saladacorporativa.com.br/2011/01/conceitos-politica-remuneracao/
http://saladacorporativa.com.br/2011/01/recompensa-total/
http://saladacorporativa.com.br/2011/01/comparacao-com-o-mercado/
http://saladacorporativa.com.br/2011/02/plano-de-cargos/
http://saladacorporativa.com.br/2011/02/administracao-salarial/
http://saladacorporativa.com.br/2011/07/fazer-o-que-se-gosta-x-fazer-o-que-da-dinheiro-click-coaching/

Oi, Claudia, muito obrigado
Tenho uma entrevista na segunda, pois estou ampliando meus horizontes profissionais.
Estou tentando cuidar mais da minha carreira e nao apenas seguir ao sabor do vento.
Quem sabe, num futuro nao muito distante, nao posso utilizar os servicos de voces? Fiquei feliz ao saber que voces tb estao no RJ
Abraço

Espero que tenha obtido sucesse na sua entrevista!
Estamos fisicamente no Rio, mas atuamos em outros estados também.
Será um prazer conhecê-lo. Quando puder, passe para tomar um café e conhecer mais sobre o Salada Corporativa e a Argumentare.
Abraço

Muito boa a matéria e a entrevista. Sinceramente, sempre fico me perguntando quão eu mesmo posso ser nas entrevistas/dinâmicas.
Quanto à entrevista do Marcelo, achei MUITO interessante a parte das ‘perguntas duvidosas’. São perguntas que eu nunca cogitei fazer, principalmente porque não acredito que o entrevistador vá responder.

Parabéns pelo blog. Trata de assuntos relevantes para carreira.