Compartilho minha história com a Maratona Caixa da Cidade do Rio de Janeiro, uma história de descobertas, desafios e muito agradecimento.
Há um ano e meio eu me “arrastava” carregando as consequências dos muitos anos em que a prioridade foi minha vida profissional. Tornei-me uma Claudia desconectada e improdutiva no trabalho, dona de um cansaço incansável, deprimida, com altas taxas de colesterol e de glicose e uma disfunção na tireoide que elevou meu peso a 72 quilos.
Esporte?
Sentia raiva só de pensar o que isso significava e por ter absoluta certeza que esta definição não fazia parte do meu dicionário. Dois cães da raça Golden precisando de exercício e um irmão carinhoso que os levava para caminhar marcaram o início desta história. Lá vão os três caminhando todo dia… Minha cunhada passa a acompanhá-los e, depois de muita insistência, eu me juntei ao grupo.
No início eu contava os passos para voltar para casa.
Mas, um dia após o outro, a conexão com a natureza e o encontro diário com pessoas se exercitando, foram tornando meus passos mais seguros e determinados. Uma manhã, resolvemos correr um quarteirão, quase morri. Outro dia, outra tentativa.
Fracasso, desânimo, alegria, aumento tímido da distância, vontade, sentimento de admiração pelos que passavam correndo, erro, tentativa… Até que consegui correr de verdade! Ah…
No final de outubro ganhei do meu marido o primeiro aparelho GPS de pulso e me conectei ao universo online dos corredores.
A gamificação contribuiu para aumentar o meu engajamento com a prática do exercício físico.
Em dois de novembro de 2015 ingressei na Equipe Filhos do Vento, uma assessoria de corrida que me ensinou o poder do associativismo quando o assunto é se exercitar. Estava eu respirando online e offline as histórias de superação de corredores de todos os perfis.
O prazer recém-descoberto de alcançar desafios me estimulou a querer mais.
Defini que correria a minha primeira meia maratona.
A Meia Maratona do Rio, em 29 de maio de 2016, foi a escolhida. A data, a temperatura agradável, o relato de corredores que já haviam participado, a organização e o percurso deslumbrante contribuíram para eu desejar muito completar esta prova.
Foram seis meses de muito treino, esforço e superação. Foi, também, um período em que recebi muito apoio. Ao declarar meu desejo de correr uma meia maratona, o incentivo das pessoas ao meu redor se multiplicou e, em algum momento o desafio passou a ser coletivo. Que emoção!
Desejar muito me transformar em uma corredora de longas distâncias me levou a uma prática responsável. Escolhi desde o início manter uma alimentação equilibrada, complementar a rotina de treinos com exercícios de força e de alongamento. Realizar os exames anuais é uma lei para mim. Correr se revelou muito mais do que um exercício a ser praticado. Natural, então, que o desejo de uma vida longa e saudável na corrida também tenha virado uma meta a perseguir sempre.
O domingo de 29 de maio de 2016 foi um dia mágico. A temperatura era amena, o sol reinava tranquilo na paisagem colorida de outono. Nem em todos os meus pensamentos eu poderia imaginar o que senti ao traçar aquele percurso, quilômetro após quilômetro. Depois de 2h24m47s correndo sem parar, senti uma emoção gigante ao cruzar a linha de chegada. Levantei às mãos para o céu, sorri e agradeci. Naquele momento senti que a corrida de longa distância havia se incorporado à minha filosofia de vida.
Já foram cerca de 1.800 km corridos. Participei de diversas provas de 5 km e 10 km, Depois da Meia Maratona Caixa do Rio, completei outras duas meias na cidade maravilhosa, uma em SP e outra em Brasília. A Volta Internacional da Pampulha e a Corrida de São Silvestre também contaram com as minhas passadas.
Mal terminei o desafio da primeira meia e meu irmão me presenteou com a inscrição para a prova de 2017. Desta vez o percurso a ser desafiado será a maratona, correrei meus primeiros 42 km na Maratona Caixa da Cidade do Rio de Janeiro 2017.
Acredito que o dia 18 de junho de 2017 me reserva um rico conjunto de emoções.
Sigo treinando com disciplina e vontade de vencer.
Como qualquer corredor, lido com dores nas pernas, bolhas nos pés, unhas roxas, dias de preguiça etc. Mas cada treino realizado é motivo de alegria e todo o resto fica pequeno.
A corrida de rua mudou minha vida!
Eu poderia dar ênfase aos benefícios relacionados à saúde física e à alegria de voltar a pesar 60 quilos. Mas, o que realmente ganhei ao correr longas distâncias foi o caminho para o equilíbrio emocional.
Aprendi a estar mais atenta ao momento presente e sou hoje menos ansiosa. Pude perceber o poder de me desafiar, mas também de respeitar meus limites, de acreditar de verdade em mim. Correr muitos quilômetros me ensinou a gostar mais da minha companhia, a prestar real atenção aos meus pensamentos, ampliou minha autopercepção e me fez mais tolerante diante dos limites do outro.
Um maior equilíbrio das minhas emoções combinado à disciplina e à persistência exigidas pela rotina de treinos me possibilitou redescobrir a motivação com o meu trabalho. A depressão se foi e voltei a ser produtiva, a produzir com entusiasmo.
A Claudia hoje é uma profissional muito melhor e uma pessoa mais bonita. Estas sim representam a mais preciosa medalha que conquistei.
Como me sinto?
Feliz, correndo na direção do meu propósito. Celebrando cada conquista e abraçando novos desafios, sem nunca me esquecer de sorrir, curtir os caminhos, saborear os encontros e agradecer.
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Fonte: AQUI
– Por Claudia Klein