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Como se Tornar um Empreendedor de Sucesso?

Escrito por Flavia Vargas para o site Eu Empreendedor

Jornalista, especializada em Marketing de Conteúdo e empreendedora.

 

Não é difícil cruzar com um empreendedor por aí. Mas no país em que a cada dez negócios abertos, seis fecham antes de completar cinco anos (segundo o IBGE), ser um empreendedor de sucesso é um desafio e tanto.

É bem verdade que não existe fórmula mágica. A receita de um pode não caber na realidade do outro. Mas, hoje são muitos os caminhos a seguir e não faltam atalhos. Nem especialistas que facilitem essa caminhada.

Ajudar pessoas a se tornarem um empreendedor de sucesso é a missão de Claudia Klein, especialista em transformação profissional. Ela lidera a Argumentare desde 2010 com atuação no desenvolvimento da liderança, gestão de trajetórias de carreira e coaching executivo. Além de ser palestrante e professora.

Claudia tem uma história parecida com a de muitos empreendedores. Ela largou uma posição de executiva para empreender, motivada principalmente pelo trabalho voluntário que começou a realizar em 2009. Era mentora de empreendedores Endeavor para os temas relacionados à Gente e Gestão.

“À medida que eu conversava com diferentes empreendedores e ouvia suas trajetórias e seus sonhos e conhecia seus modelos de negócio fui percebendo um incômodo e um sentimento crescente de que eu poderia impactar mais pessoas se a minha relação profissional não estivesse vinculada a um crachá corporativo.”

Inspirada pela mentalidade e atitude empreendedora, ela foi moldando sua decisão de pedir demissão e abraçar o empreendedorismo. Nesse texto, compartilhamos valiosas lições de Claudia com nossos leitores. Aproveite!

 

O maior medo de empreender

Claudia Klein, especialista em transformação profissional.

Claudia trabalhava em uma grande multinacional francesa como diretora geral de Recursos Humanos.

“Uma posição que sonhei e planejei desde os meus 23 anos, quando entendi que minha carreira precisava me levar aonde eu pudesse apoiar indivíduos a encontrar satisfação com o trabalho. E influenciar a construção de ambientes de trabalho saudáveis.”

Aproveitando as oportunidades e encarando com resiliência os desafios, ela gerenciou seu percurso profissional até onde queria.

“Neste contexto, fica fácil imaginar que só o pensamento de ‘deixar’ tudo que eu havia conquistado para ‘abraçar’ o empreendedorismo era aterrorizante.”

Para isso, ela investiu fortemente na ampliação do autoconhecimento, reflexão e reconexão com seus sonhos e objetivos profissionais.

Com a ajuda de mentores e profissionais especializados, ela identificou o que realmente a movia e mapeou os riscos envolvidos.

“Cerca de quatro meses separaram o momento em que senti a necessidade de mudar até o dia em que pedi demissão em fevereiro de 2010. Mais cinco meses se passaram entre o pedido de demissão e o meu último dia de trabalho como executiva. No dia 30 de julho de 2010 eu usei meu crachá pela última vez.”

 

As dificuldades de empreender

Segundo Claudia, a lista de dificuldades pode variar muito de acordo com o perfil e a motivação de cada um. Mas ela menciona algumas:

→ ter a ideia de negócio;

→ definição de um modelo de negócio viável;

→ falta de recursos muitas vezes presentes no início da operação;

→ necessidade de operar do estratégico ao operacional;

→ falta de visão comercial;

→ aquisição dos primeiros clientes;

→ gestão do fluxo de caixa;

→ construção de uma marca forte e desejada;

→ identificação e gestão de pessoas;

→ desenho e execução de processos;

→ baixa tolerância ao risco.

Para Claudia, as dificuldades relacionadas ao contexto brasileiro são as que muitas vezes vêm primeiro no pensamento da maioria das pessoas. O excesso de burocracia, a alta carga tributária, infraestrutura deficiente e leis trabalhistas ainda antiquadas.

“Essas dificuldades são reais e precisam ser levadas em consideração. Mas, até pela natureza do que faço, gosto de enfatizar um desafio relacionado ao empreendedor em si.”

Ela explica que na criação de um negócio, muito da identidade do empreendedor é transportada para a identidade da empresa. As crenças, os valores, as atitudes demonstradas diante das diferentes situações, a linguagem e etc.

“Esses são alguns dos fatores que vão influenciar diretamente a forma como a empresa será criada, seu modelo de negócios, sua cultura e seu gerenciamento.”

Assim, o candidato a empreendedor precisa entender que para criar uma empresa sustentável não basta ter uma ideia ou a necessidade. Ele precisa ter a capacidade de identificar o que o motiva e o que está buscando. Saber quem é e que atributos, desejados e indesejados, carrega para o negócio.

“A etapa de planejamento não deve ser subestimada e deve contemplar tanto questões estruturais quanto comportamentais.”

 

E os benefícios?

“Os benefícios percebidos estão diretamente relacionados ao que cada um buscou quando decidiu empreender.”

No caso de Claudia, mesmo com todas as dificuldades e após oito anos à frente da sua empresa de desenvolvimento profissional, ela afirma que sente que tomou a decisão certa e desfruta de um grande sentimento de realização.

“Não poderia, de forma alguma, generalizar dizendo que a vida como empreendedora é melhor do que a vida executiva em uma organização. O que está em jogo não é uma simples comparação, e sim a possibilidade de seguir trabalhando com aquilo que acredito e me faz feliz.”

Ao decidir empreender, ela ampliou suas possibilidades de realizar isso só que impactando um número muito maior de pessoas.

“Assim, posso dizer que a minha vida mudou para melhor porque acredito que cada serviço que entrego contribui para que mais profissionais, empreendedores, executivos e representantes da área de RH sintam e promovam uma maior realização com o mundo do trabalho.”

 

E você, está feliz onde está?

Claudia se tornou uma especialista em transformação profissional. Ela lembra que o cargo que uma pessoa ocupa hoje e o lugar em que trabalha não a definem.

“Devem ser entendidos como transitórios, parte de uma construção de mais longo prazo. Por isso, fica mais difícil fazer uma avaliação como essa se não houver um referencial, algo que funcione como um parâmetro.”

Ela acredita nos benefícios da reflexão de possibilidades de carreira como um meio para avaliar a situação atual com um pouco mais de clareza. Identificando o que ela está contribuindo ou não para os seus objetivos futuros.

“Muitas vezes podemos escolher passar por posições e experiências que não são as nossas preferências. Mas porque percebemos que elas enriquecem nossa história e nos aproximam da situação desejada.”

Mas, e quando o contexto atual gera um forte conflito de valores ou coloca o profissional em situação de exposição indesejada ou mesmo de humilhação?

“Neste cenário a mudança pode mesmo ser a melhor opção.”

Segundo Claudia, seja qual for o motivo que o leve a pensar em mudar agora, este deve ser acompanhado pela reflexão sobre o que deseja “abraçar”.

“Minha experiência mostra que na maioria das vezes que testemunhei alguém mudando motivado por ‘deixar algo que não queria mais’, em vez de ‘abraçar algo que desejava’ tomou decisões de carreira que se revelaram depois menos felizes.”

 

Cuidado com o “fazer o que ama”

Hoje vemos um movimento muito forte de empreendedores que apostam em “fazer o que amam”. Claudia concorda, mas faz ponderações.

“Acredito genuinamente na importância de trabalhar com aquilo que nos faz feliz. O que não podemos de forma alguma é confundir trabalhar com o que se ama com realizar somente atividades que gostamos em todas as horas do dia, em todos os dias da semana e em todos os meses do ano. Isso seria algo que poderia chamar de ingenuidade profissional.”

Ela ressalta que um empreendedor de sucesso não faz somente atividades que gosta. Mas acredita que quando sabemos o que, de forma mais ampla e consistente, nos faz feliz e buscamos de alguma forma trabalhar com algo relacionado a isso, somos capazes de realizar até as atividades que menos apreciamos com mais prazer.

“Simplesmente porque conseguimos correlacionar o exercício de uma tarefa menos satisfatória com o caminho para a realização de algo que verdadeiramente importa e tem significado para nós.”

 

E o propósito?

Muito se tem idealizado e fantasiado sobre o termo propósito. Claudia prefere uma simplificação do seu significado e da sua aplicação.

A definição de propósito é “uma intenção (de fazer algo); um projeto, desígnio”. Fala ainda sobre “aquilo que se busca alcançar; objetivo, finalidade, intuito”.

Eu ouso dizer que propósito é algo que todo mundo tem que ter quando o assunto é trabalho. Não consigo imaginar como seria possível desfrutar de satisfação profissional fazendo as coisas por fazer.

O que ela acha importante reforçar é que não encara o propósito como algo que é apresentado de uma forma grandiosa. Uma forma única e capaz de mudar o mundo.

O propósito de Claudia?

“Contribuir para que as pessoas tenham satisfação e autonomia no trabalho apoiando-as a virar o jogo, realizando as transformações que desejam.”

Para ajudar outras pessoas a encontrarem seus propósitos, Claudia desenhou um modelo que é hoje a base de todo o seu trabalho.

O modelo se chama Modo B.E.T.A., um acrônimo que faz referência ao conhecido conceito de “versão Beta”. Na prática, significa dizer que o produto ainda não está totalmente pronto.

“Assim enxergo a gestão de carreira. Estamos sempre em desenvolvimento e nos tornando a melhor versão de nós mesmos a cada transformação que vivenciamos.”

Ela conta que o método é bastante intuitivo, dividido em quatro etapas: Buscar, Enxergar, Transformar e Alcançar.

“A atitude de responsabilização é trabalhada ao longo de todo o processo e também é uma condição determinante para se alcançar satisfação profissional. Eu me refiro ao desenvolvimento do protagonismo, uma postura de crença nas próprias potencialidades e de busca por alternativas, independente do ambiente.”

O resultado é a descoberta pelo indivíduo das transformações que ele pode promover de propósito. Assista aqui meu vídeo sobre Definção de Propósito!

 

Como se tornar um empreendedor de sucesso

Mas, enfim, o que um empreendedor de sucesso precisa ter? Segundo, Claudia, é essencial ter vontade e capacidade de sonhar, de criar possibilidades em um mundo que muda tanto, de forma tão intensa e tão rápida.

Além disso, sob um olhar mais prático, ela menciona a capacidade de desaprender e de aprender e a habilidade de se comunicar bem conquistando a atenção de um público cada vez mais diverso.

O empreendedor de sucesso gerencia melhor as relações e tem a capacidade de análise e solução de problemas em ambientes complexos.

Para você que quer se tornar um empreendedor de sucesso, além de todas as lições até aqui, Claudia Klein deixa mais cinco dicas a seguir.

“Difícil escolher considerando as diferentes frentes que o empreendedor precisa se focar, mas em linha com a minha crença de que a identidade do empreendedor é um dos fatores determinantes para o sucesso da empresa, destaco essas.”

 

Como se tornar um empreendedor de sucesso?

→ Amplie seu conhecimento sobre quem é, o que busca e que atributos a porta para o negócio: descubra o que realmente te move;

→ Garanta a complementaridade de competências na gestão do negócio e em uma eventual formação de sociedade;

→ Desenvolva a habilidade de comunicar seu sonho, de conquistar apoio e de estabelecer parcerias, amplie as competências socioemocionais;

→ Invista na construção e na comunicação de uma marca forte que sustenta o sonho e guia o comportamento dos futuros líderes e profissionais;

→ Adote o otimismo como uma bandeira e siga em frente apesar dos obstáculos, de forma respeitosa e sustentável.

 

Medo de empreender

Claudia trabalhava em uma grande multinacional francesa como diretora geral de Recursos Humanos.

“Uma posição que sonhei e planejei desde os meus 23 anos, quando entendi que minha carreira precisava me levar aonde eu pudesse apoiar indivíduos a encontrar satisfação com o trabalho. E influenciar a construção de ambientes de trabalho saudáveis.”

Aproveitando as oportunidades e encarando com resiliência os desafios, ela gerenciou seu percurso profissional até onde queria. “Neste contexto, fica fácil imaginar que só o pensamento de ‘deixar’ tudo que eu havia conquistado para ‘abraçar’ o empreendedorismo era aterrorizante.”

Para isso, ela investiu fortemente na ampliação do autoconhecimento, reflexão e reconexão com seus sonhos e objetivos profissionais.

Com a ajuda de mentores e profissionais especializados, ela identificou o que realmente a movia e mapeou os riscos envolvidos.

“Cerca de quatro meses separaram o momento em que senti a necessidade de mudar até o dia em que pedi demissão em fevereiro de 2010. Mais cinco meses se passaram entre o pedido de demissão e o meu último dia de trabalho como executiva. No dia 30 de julho de 2010 eu usei meu crachá pela última vez.”

 

Fonte: https://eusouempreendedor.com/como-se-tornar-um-empreendedor-de-sucesso/

– Por Claudia Klein

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