CLAUDIA KLEIN NO CADERNO BOA CHANCE, DO JORNAL O GLOBO.
Ter um diário informal, um bate-papo em forma de crônicas que o aproxime de um público muito afinado com o autor é o que um blog tem feito de mais interessante pelo seu criador. Blog Corporativo.
E o número de “pais” e “mães” de blogs prolifera não apenas pela rede, mas pelas empresas.
Há Blogs de presidentes de empresas, diretores de áreas, funcionários, mas também de consultores, jornalistas, publicitários, comerciantes e de uma infinita gama de gente oriunda das mais diversas culturas e segmentos.
Ao melhorar a comunicação e tornar o seu autor mais “íntimo”, o blog atua também como ferramenta de gestão.
Existem blogs corporativos dentro de empresas, mas também blogs que falam da vida profissional.
Claudia Klein, coach e ex-superintendente de RH da L’ Oréal Brasil, tem há quase dois anos, o Salada Corporativa que, segundo ela, objetiva oferecer, em um único ambiente, “receitas e ingredientes do mundo do trabalho e temperos de cultura e lazer, que dão mais sabor à nossa vida”.
Tudo isso se traduz por posts sobre a diferentes relações com o trabalho, gestão de carreira, empreendedorismo, além de dicas de programas culturais.
É preciso saber usar o espaço
Ter um blog é tão fácil como escrever um e-mail, mas ter a consciência dos impactos que ele gera e conscientizar-se eticamente sobre isso é mais do que necessário.
“Pense no que você deseja alcançar com o blog, defina quem vai escrever e a periodicidade das postagens, capriche no português; se for em uma empresa, envolva os colaboradores nessa reflexão, responda todos os comentários, sejam positivos ou negativos e revise sempre o seu código de conduta”, sugere Claudia aos gestores que desejam mergulhar nesse universo que poderá multiplicar o interesse pela sua marca ou pelo seu tema.
Sobre “o que não fazer”, a consultora que também é diretora de Mídias Sociais da ABRH-RJ, recomenda evitar publicação de textos muito grandes e que só tenham o objetivo de informar.
Motivo: as pessoas que acessam um blog buscam opiniões, querem saber e entender os bastidores de certo tema.
“Os leitores querem, na verdade, se relacionar com os autores, por isso a linguagem precisa passar proximidade, ser leve e direta”, argumenta Claudia.
Ela, como outros autores de blogs, não importando o cargo que ocupem ou a trajetória que tenham na carreira, precisam, sobretudo, gostar desse relacionamento intenso e dinâmico.
“Têm que estar abertos às críticas e aos diferentes pontos de vista”, confirma a diretora da ABRH-RJ.
Aprimorando treinamentos
De acordo com a “blogueira corporativa”, esta forma de se comunicar na empresa tem ampliado demais o número de possibilidades de sucessos gerados por ferramentas como um treinamento específico, por exemplo.
“O blog cria um espaço virtual para a discussão e compartilhamento de ideia que muitas vezes o próprio treinamento, pela questão da limitação de tempo, não tem, além disso, os leitores têm o poder de “escolher” quando querem interagir, tornando-se participantes e, às vezes, evangelistas da empresa ou de uma marca”, aponta Claudia.
Até pelas experiências já vividas em seu blog, ela acredita que a virtualização dos diálogos ajuda tanto no amadurecimento das reflexões, que já fez muita gente repensar sua própria carreira. Claudia defende o caminho das redes sociais e os impactos dos blogs nas empresas como “um caminho sem volta”.
“Não se trata mais de uma escolha, esse tema deve fazer parte da agenda dos diretores da empresa e do RH; aprender a lidar com quem já usa é um bom caminho, mas começar já é condição necessária para manutenção e ampliação de um bom relacionamento com os colaboradores”, prevê.
– Por Claúdia Klein.