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Salada Intercultural – parte I

Salada Intercultural

Imagem: SPI Global

Reflexo da globalização, a expatriação é cada vez mais comum nos mais diversos ramos de atuação. Com um número sempre crescente de pessoas trabalhando fora de seus países de origem, acompanhe hoje e amanhã posts especiais acerca do tema.

Maria Christina Cerviño

Imagem: arquivo pessoal

 

Maria Christina Cerviño é uma profissional da área de Marketing e hoje atua como consultora intercultural para executivos e famílias em processo de expatriação para a Cartus Corporation. Viveu por quatro anos nos Estados Unidos como expatriada.

 

 

O que faz um executivo ser bem sucedido ao trabalhar no exterior? Parte da receita do sucesso é conhecer a cultura do país anfitrião e como ela influencia no comportamento das pessoas dentro do ambiente de trabalho. Com poucos conhecimentos sobre as diferenças interculturais, algumas simples questões podem ser facilmente respondidas: como me relaciono com meus pares? O que meu futuro chefe espera de mim? Como devo me portar nas reuniões? Será que estão entendendo o que estou falando?

Algumas empresas contratam consultores externos que vão explorar estas diferenças com os executivos antes de serem expatriados de forma a minimizar o possível choque cultural durante o processo de adaptação. Em geral, estes consultores são executivos brasileiros que já passaram por esta experiência.

Porém, se você aceitou o convite de trabalhar em um país estrangeiro e não vai contar com a ajuda de um profissional intercultural, a receita é bem simples. Misture apenas quatro ingredientes: observe, ouça, pesquise e pergunte. E porque estes ingredientes são tão importantes? Porque as regras do jogo não são claras, não são precisas.

A primeira situação é o entendimento da linguagem. Por mais que você tenha viajado e estudado a língua do país anfitrião, algumas expressões, jargões e gírias certamente você nunca ouviu. Então a dica aqui é: se não entender, não tenha vergonha de perguntar. Anote as expressões que aprendeu, pesquise a sua origem. Em geral, as pessoas são abertas para explicar quando se tem dúvidas. Pare e observe a linguagem corporal, o olhar, o tom da voz: eles também ajudam a entender e decodificar a mensagem.

A segunda situação são as regras de conduta e etiqueta. Como as pessoas se cumprimentam? Que roupas usam no ambiente de trabalho e em ocasiões sociais? Que horário devo chegar a um compromisso? Na primeira vez que for convidado, não hesite em perguntar como deve se vestir e, na hora de ser apresentado a alguém, observe como as outras pessoas em volta se cumprimentam. Na dúvida, um aperto de mão é a melhor saída. Ainda, tenha sempre na ponta da língua uma mini descrição sobre você, caso te perguntem de onde veio e o que faz no país anfitrião. Ao cumprimentar as mulheres, seja mais atento e verifique inclusive a distância que deve ficar em frente a elas, porque em algumas culturas, principalmente nas orientais, tocar em uma mulher é reconhecido como desrespeitoso.

Em relação à vestimenta no trabalho, é bom perguntar ao RH da empresa qual é o “dress code” local e, mesmo que casual, evitar o jeans, camiseta, tênis e roupas muito coloridas, até que identifique o modo de se vestir dos colegas de trabalho. Passeios pelos corredores do andar ajudarão a notar como as pessoas se vestem.

Em ocasiões sociais de trabalho, em geral quando existe um convite formal, o “dress code” vem comunicado e se for necessário confirmar a presença (RSVP), não hesite em responder com alguma antecedência.  Para as mulheres, é sempre bom evitar roupas curtas, decotadas e saltos muito altos. Um pretinho básico não falha nunca. Isto também vale para as esposas, se forem convidadas para eventos da empresa.

(Continua amanhã.)

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