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Resenha: Lollapalooza Brasil 2013

A bandeira oficial do festival. / Imagem: Filipe de Paiva

A bandeira oficial do festival. / Imagem: Filipe de Paiva

Aconteceu no último fim de semana, de 29 a 31 de março, o Lollapalooza Brasil 2013, festival de música que atrai o público com diversas consagradas e outras que ainda estão dando os primeiros passos na carreira. Se você não foi ou quer relembrar como foi o evento, este post é para você!

Resenha: Lollapalooza Brasil 2013

O festival foi apelidado de “Lamapalooza”. / Imagem: Filipe de Paiva

Durante os dias da festa, na parte da manhã, ainda era possível comprar ingressos na bilheteria oficial, no Jockey Club de São Paulo. Não houve grandes complicações para entrar no local em nenhum dos três dias, mas se há uma unanimidade no que diz respeito às reclamações do público, era a lama formada no espaço devido à infeliz soma de areia, grama e chuva. Pior ainda, um cheiro desagradável pairava no ar, oriundo dos dejetos dos cavalos que ali correm. A escuridão nas partes mais afastadas dos palcos e tendas também foi uma complicação, especialmente porque não dava para ver direito se estaria pisando em solo firme ou se afundaria na lama.

Entretanto, nada disso desanimou os fãs. O primeiro dia do Lollapalooza foi marcado pelos elogiadíssimos shows de bandas como Passion Pit, Of Monsters and Men e The Temper Trap. Agridoce, projeto paralelo da cantora Pitty, fez sua última apresentação no palco principal do evento e, apesar da sonoridade suave, animou bastante os presentes. Quem estava lá também não poupou gracejos à performance do grupo Cake, que, sem um setlist previamente determinado, tocava o que sentia vontade, com direito a uma hilária versão da icônica “I Will Survive”. The Flaming Lips montou um palco psicodélico que encheu todo mundo de expectativa, mas fez um show chato, sem movimento e foi uma das maiores decepções. A grande atração da noite foi The Killers, banda de Las Vegas encabeçada por um sorridente e simpático Brandon Flowers, que tirou todo mundo do chão ao longo de cerca de uma hora e meia de um espetáculo recheado com seus maiores hits. “Nós somos The Killers e esta noite somos todos seus”, se esforçou para falar, em português, o vocalista. Foram muitos pulos, gritos e aplausos de fãs apaixonados em meio a um cenário de led cheio de efeitos especiais, pirotecnia e todo um aparato que envolveram de forma personalizada cada uma das canções.

Resenha: Lollapalooza Brasil 2013

O público aguardando shows no palco principal. / Imagem: Filipe de Paiva

No segundo dia, Two Door Cinema Club e Franz Ferdinand se destacaram – e a correria de uma ponta a outra do Jockey para poder ver as duas apresentações foi massiva. Steve Aoki fez todos dançarem no Palco do Perry, a tenda de música eletrônica que leva o nome do organizador do festival, Perry Farrell. E o DJ foi só elogios à animação de seus fãs. “Vocês são f**** demais!”, dizia perto do fim de seu repertório. Criolo foi um dos destaques do Palco Alternativo e, assim como Copacabana Club havia feito no dia anterior, usou o espaço para um protesto político. Queens of the Stone Age, banda do aclamado músico Josh Homme, fez um dos shows mais bem falados do evento. Quem fechou o dia, no entanto, deixou um pouco a desejar. O Black Keys tem uma carreira sólida e músicas de qualidade, mas mesmo com uma apresentação bem elaborada, não conseguiu empolgar muita gente. A impressão que se tinha era a de que apenas os fãs mais ávidos estavam realmente apreciando o que viam. Faltou alguma coisa.

A aglomeração para ver um dos muitos shows. / Imagem: Filipe de Paiva

A aglomeração para ver um dos muitos shows. / Imagem: Filipe de Paiva

O terceiro e último dia de festival foi também o mais cheio. Todos os 60 mil ingressos foram vendidos. A banda baiana de Vivendo do Ócio elogiou o incentivo do Lollapalooza e dos fãs à música nacional em um show divertido e até com participação especial da dupla Caju e Castanha e do músico uruguaio Pedro Gonzales, mostrando que o rock não tem preconceitos e pode se unir a outros estilos para produzir um som diferente e de qualidade. Foals sofreu do mesmo mal que The Black Keys: não animou tanto quanto poderia. Kaiser Chiefs foi uma das grandes surpresas do dia. A banda não deixou ninguém parado por um segundo sequer. Seu vocalista, Ricky Wilson, correu para lá e para cá, levou o público a fazer diversas “olas”, subiu na estrutura da torre de som e depois na do palco e cantou uma música inteira em cima da grade, sobre os fãs. Logo depois, os membros do The Hives entraram no palco oposto de paletó e cartola. Sua elegância e irreverência agitaram quem estava por perto. A principal banda da noite, o consagrado Pearl Jam, fez o show mais longo do festival: duas horas e quinze minutos. O grupo de Eddie Vader não permitiu que a apresentação fosse transmitida pela televisão, restringindo o espetáculo apenas aos presentes. Apesar dos vários hits, o show não chegou a ser inovador. Foi apenas o Pearl Jam sendo o Pearl Jam – o que não é uma coisa ruim.

Os patrocinadores e apoiadores do Lollapalooza tinham estandes espalhados pelo Jockey, onde era possível recarregar o celular, usar wi-fi, descansar em puffs, experimentar novos produtos, concorrer a prêmios, ganhar diversos brindes e até andar de roda gigante.

Roda gigante fez sucesso entre o público. / Imagem: Filipe de Paiva

Roda gigante fez sucesso entre o público. / Imagem: Filipe de Paiva

Houve ainda uma estratégia interessante para ajudar a manter a limpeza e conscientizar o público: quem catasse dez copos e levasse para reciclagem poderia girar uma roleta que determinaria a gratificação a ser recebida pelo trabalho em prol de um modo de vida mais sustentável. Quem participou da iniciativa aprovou. O sucesso foi tanto que a fila para entregar os copos dava voltas e havia quem levasse torres com mais de um metro de comprimento.

Apesar das entradas dos dois primeiros dias não terem se esgotado, o Lollapalooza Brasil já está confirmado para o ano que vem. Novamente na Páscoa, de 18 a 20 de abril, a cidade de São Paulo receberá mais uma vez um dos maiores festivais de música do mundo. O que será que vem por aí? O que você gostaria de ver?

Fique de olho no Salada Corporativa para mais novidades e resenhas.

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