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Como resolver os desafios da implantação de novas tecnologias?

Ontem publicamos a primeira parte do artigo de Cezar Taurion sobre os desafios de executivos em adotar novas tecnologias (é importante ler a primeira parte, clique aqui). Na primeira parte, Cezar levantou os desafios, hoje publicaremos as possíveis soluções para as questões levantadas. Confira:

Cezar Taurion

Por Cezar Taurion
Gerente de Novas Tecnologias Aplicadas/Technical Evangelist da IBM Brasil

Por que isto acontece? Na minha opinião pessoal muitos CIOs tem uma formação eminentemente técnica, com conhecimento limitado do negócio em si. A própria formação dos cursos de tecnologia se concentra na qualificação técnica e deixa de lado aspectos fundamentais, como desenvolvimento comportamental ou fundamentos de gestão estratégica. Uma nova tecnologia que pode criar uma disrupção demanda a criação de um business plan e esta é uma das disciplinas que passam ao longe das ementas dos cursos de TI. O resultado é que muitos CIOs se dedicam pouco a compreensão mais ampla das origens dos problemas e se dedicam a resolver problemas operacionais do dia dia à medida que eles aparecem. Não vão na raíz do problema e portanto não sugerem formas inovadoras de resolvê-los.

O que os CIOs devem fazer? Óbviamente que não existe uma resposta única. Se a empresa em que ele atua compete por custos, como em uma industria de margens baixas, intensiva em ativos e/ou de produtos altamente comoditizados é claro que o objetivo principal do CEO é manter os custos no patamar mais baixo posisvel. Como TI pode ser inovadora em uma indústria deste tipo, geralmente avessa a riscos? Tornando-se muito mais eficiente, posicionando-se como uma “empresa” provedora de serviços de alta qualidade e baixos custos. Podemos olhar como alternativa viável o uso da computação em nuvem. Cloud computing permite sairmos do modelo de capex (custo de capital) por opex (custo de operação) e nos permite melhor controle dos gastos. Paga-se pelo uso, e o billing das áreas de negócio pode ser mais refinado em sua contabilização. TI pode se posicionar como um broker, otimizando sua capacidade de gestão dos recursos computacionais, usando nuvens privadas e/ou publicas.

Já para empresas mais afeitas à riscos, em setores mais competitivos e que inovação é fundamental, TI pode se posicionar como uma unidade de negócio, colaborando para gerar receitas com novos serviços e produtos. Nesta posição o CIO tem papel estratégico e o sucesso da área de TI é medido pelo resultado do negócio e não apenas por custos. O CIO torna-se um “CEO” ou seja um executivo que lidera uma unidade de negócio com metas e objetivos de receita muito claros. TI passa ser integrado ao negócio tão profundamente quanto o financeiro. O CIO passa a ser um “trusted advisor” e a sigla se transforma em Chief Innovation Officer.

Fica então a questão: qual será o papel de TI e do CIO no próximos anos? Não me parece que em 10 anos a área de TI será igual a que vemos hoje. Tecnologias e conceitos disruptores como cloud computing, Big data, mobilidade, BYOD, Social Business e Internet das coisas são movimentos poderosos demais para serem barrados nas portas das empresas e das áreas de TI. Vão mudar as empresas, vão mudar o papel de TI e vão mudar o papel do CIO. E o primeiro passo para chegarmos a este futuro temos que dar agora.

Cezar Taurion é Gerente de Novas Tecnologias Aplicadas/Technical Evangelist da IBM Brasil, um profissional e estudioso de Tecnologia da Informação desde fins da década de 70. Com educação formal diversificada, em Economia, Ciência da Computação e Marketing de Serviços, e experiência profissional moldada pela passagem em empresas de porte mundial. Escreve constantemente sobre tecnologia da informação em publicações especializadas como Computerwold Brasil, Mundo Java e Linux Magazine, além de apresentar palestras em eventos e conferências de renome. É autor de cinco livros que abordam assuntos como Open Source/Software Livre, Grid Computing, Software Embarcado e Cloud Computing, editados pela Brasport (www.brasport.com.br).

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