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Dúvidas sobre a carreira? Dilemas entre vida social e profissional? Saiba como administrar!

Percebemos que muitas pessoas ficam confusas em relação à carreira. Perguntas como: “Qual carreira devo seguir?”, “Posso mudar de carreira se eu não gostar?”, “Como vou conciliar minha vida profissional com minha vida pessoal”, o que devo fazer para conseguir um bom emprego?” passam sobre a cabeça de muitos jovens e profissionais que já estão inseridos no mercado de trabalho.

Foto retirada do site Ibmec-RJ

Buscando dar uma direção para esse público, fomos conversar com a Lucia Oliveira, professora e pesquisadora do Ibmec-RJ, que tem uma história legal para contar sobre carreira, além de ótimas orientações sobre comportamento organizacional e mercado de trabalho. Confira!

Conte um pouco sobre sua trajetória para exemplificar as mudanças de carreira.
Eu tive 4 carreiras diferentes ao longo da minha vida. Fiz um semestre de Engenharia na PUC-Rio e percebi rapidamente que não era o que eu queria. Então, logo nos primeiros dias, inclui matérias de Economia na minha grade. No semestre seguinte, mudei de Engenharia para Economia, área na qual me graduei.

Depois de formada, comecei a trabalhar no Mercado Financeiro, no Banco Icatu, muito conceituado na época, mas aos poucos percebi que não era bem o que eu queria – os valores das pessoas com quem convivia eram muito diferentes dos meus.

Pensei, então, em fazer algo diferente e optei pelo Mestrado Acadêmico em Administração, Passei para o COPPEAD-UFRJ e, para fazer o curso, precisei sair do mercado de trabalho. Lá, na época, era possível fazer uma formação generalista, ou seja, não precisava ter uma área pré-definida. Dessa forma, fiz de tudo um pouco. Foram matérias de logística, finanças, marketing e comportamento organizacional.  Foi aí que percebi que essa parte comportamental me interessava demais. Quando terminei o mestrado, fui trabalhar com marketing, primeiro na Fininvest, depois na Telemar.

A última mudança aconteceu quando optei pelo doutorado. Escolhi me dedicar a estudar gestão de pessoas e relações de trabalho. Em ambas as áreas – marketing e gestão de pessoas – o foco está no indivíduo e em seu comportamento, e é isso o que realmente me motiva. Depois que concluí o doutorado, passei a me dedicar integralmente à carreira acadêmica, onde estou hoje.

Quais foram ou são os principais conflitos entre trabalho e família?
As organizações vivem um dilema. Elas percebem que os trabalhadores são seus principais recursos, mas ao mesmo tempo são muito pressionadas por resultados.  Então, ao mesmo tempo em que querem oferecer um bom ambiente de trabalho, pedem para que eles trabalhem bem mais do que 8 horas por dia.  

Além disso, a carreira hoje é mais instável, apesar de haver mais opções. É o próprio indivíduo que cuida da sua carreira e não mais a empresa.

Em relação à família, as mulheres não querem mais abrir mão de nada, ou seja, desejam ter filhos, mas não querem largar a carreira. Por outro lado, os homens parecem estar assumindo um papel mais ativo no cuidado com a casa e, especialmente, com os filhos. Aquela ideia do homem provedor, preocupado exclusivamente com a carreira, pode estar chegando ao fim. Eu fiz uma pesquisa quantitativa que mostrou isso.

Qual é a importância do mentoring para uma gestão estratégica de carreira?
Mentoring é ter um mentor, uma pessoa mais experiente para ajudar na escolha e no direcionamento da carreira. O mentor deve conhecer muito bem a pessoa que está ajudando e conhecer também o universo profissional onde ele/ela quer se inserir. Tomar decisões de carreira é muito difícil, por isso é importante ter alguém que goste de você e que você goste e admire para te auxiliar nas escolhas.

Quais são as principais diretrizes para a construção da empregabilidade?
Não dá para você fazer uma coisa que não gosta. Então, o primeiro passo é o autoconhecimento, ou seja, saber o que te faz feliz. Descobrindo isso, você deve buscar se qualificar, ou seja, estudar e adquirir experiências para se diferenciar no mercado de trabalho. A terceira questão é saber se relacionar, fazer networking. Não basta ser bom, é preciso que as pessoas saibam que você é bom. Esse é o chamado tripé da carreira. Mas eu ainda acrescentaria mais um fator importante, que é flexibilidade ou abertura à mudança. Às vezes, escolhemos uma carreira e vemos que não era bem o que queríamos, precisamos ter flexibilidade para aceitar isso e também para topar novos desafios quando estamos dentro de uma empresa, além daquelas para as quais você foi contratado. Tendo esses 4 fatores, fica mais fácil chegar à empregabilidade, fazendo aquilo que você realmente gosta.

Tá vendo como mudar de carreira não é o fim do mundo e como tudo dá certo quando encontramos nosso verdadeiro caminho? Além da entrevista, ainda esta semana vamos começar a publicar um artigo muito legal que a Lucia escreveu sobre empregabilidade. Fique de olho!

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