Monica Medina dirige a Ogilvy PR/Diferencial, é consultora de comunicação e atua como estrategista para prevenção de crises e reputação. Graduada em Comunicação Social e Relações públicas. Pós-graduada em Marketing pela PUC-RJ, possui também grande experiência em Gestão Empresarial e Gestão de Recursos Humanos.
Filhotes Institucionais
Dentro do mesmo objetivo de gerenciar suas vidas, é natural que a formação dos filhos dos executivos, desde muito cedo, seja impactada pelo comportamento institucional de seus pais. Embora não esteja no DNA, o ambiente familiar acaba gravitando em torno da carreira profissional, fazendo surgir uma nova tribo: os filhotes institucionais.
Essa turminha começa desde cedo a ser preparada para ter um futuro brilhante no universo corporativo. Os pais disputam a tapa vagas em escolas britânicas, americanas, germânicas e suíças.
Até aí tudo bem, pois realmente eles têm mais facilidade em aprender línguas estrangeiras na infância. É bonitinho vê-los misturar os idiomas numa mesma sentença. O mesmo já não se pode dizer de seus pais, que continuam vida a fora enriquecendo a língua portuguesa com as expressões do executivêz em inglês.
Mas o aprendizado de línguas hoje é tão básico quanto os MBA’s que os pais fizeram no início da carreira. É preciso investir muito mais nos pimpolhos. E os novos papais e mamães institucionais sempre conseguem me surpreender.
A turma de executivos da minha geração não era tão inovadora assim na formação das crianças. Nos preocupávamos em matriculá-los em colégios mais fortes, a partir da primeira série. Mas no maternal e no jardim de infância .a criançada brincava e pintava o sete,
Daí o meu espanto quando soube que na aula de artes plásticas, a turminha da Bia, um ano de idade, filha de uma querida amiga jovem mãe institucional, estava fazendo uma releitura coletiva de O Irapuru ,da Tarcila do Amaral. E que o colégio fez um leilão da obra, a qual minha amiga conseguiu arrematar,depois vários lances.
Comentando o caso com outra jovem mãe executiva, ela disse que na escolinha alemã de sua filha de 1 ano, ela também já estava tendo noções sobre o movimento modernista. Bom, pelo visto os meus filhotes hoje seriam menos competitivos no mercado, por só terem tido aula de massinha 1, 2 e 3 e feito obras abstratas de pintura a dedo não se limitando ao papel,mas pintando também o avental, o uniforme e o nariz.
Mas o mais engraçado foi o dia que a mãe da Bia, que é especializada em programas de desenvolvimento sustentável, desmarcou uma reunião comigo, pois ela tinha que ir a um debate sobre sustentabilidade com as crianças da turma da filha na creche.
Apesar da Bia ter só um ano de idade na época,minha amiga falava do debate, com a mesma seriedade com que freqüenta os fóruns de sustentabilidade do Instituto Ethos.
Na creche da Bia, que é igual a das Carol, das Alessandras, dos Pedros e dos Antônios, a formação também inclui aulas de yoga. Fico imaginando esses pequenos em posição de lótus, nos seus tapetinhos, entoando o mantra onononon…
Independente dos exageros das mães e pais institucionais, a nova turminha está mais antenada mesmo. Outro dia eu estava numa sorveteria, quando entrou uma jovem mãe com um pingo de gente de no máximo três anos.
Quando a mãe perguntou qual sabor de sorvete a menina queria, ela respondeu rapidinho, sem que mãe lesse para ela as opções: “Quero de lichia”.
Portanto, a turminha dos novos humanos institucionais promete vir com mais cultura, preocupada com o desenvolvimento susentável do planeta, mais zen e com uma alimentação melhor.
Não vou me espantar se algum dos leitores do Salada Corporativa pedir o currículo da Bia para deixar no seu Banco de Futuros Talentos. Vai ter que esperar só 17 aninhos…
Um abraço
Monica Medina
Ogilvy PR/Diferencial
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Oi, Mônica.
Incrível a diversidade que esses pequenos estão mergulhados. Acho ótimo apresentarmos essas temas para as crianças logo cedo, sem muita pressão. Dessa forma, eles já vão se socializando de uma forma mais plural, característica fundamental para lidar com ambientes cada vez mais complexos, independente das profissões que eles escolherão.
Confesso que fique com um pouco de inveja também rs. Mas, junto veio um sentimento de admiração pela mãe da Bia, que consegue relativizar a importância de uma reunião de trabalho para atender demandas tão cruciais para o desenvolvimento da filha.
Parabéns para ela e parabéns para você, por ter me atualizado das novidades do “universo infantil”!
Bjs
Silvana,
Você tem razão ao destacar não apenas as qualjdades dessa turminha que amanhã estará nas organizações,mas também a capacidade da mãe da Bia,representando também aqui, outras mães que sabem que é possível conciliar a maternidade com a carreira,sem abrir mão de ser verdadeiramente mãe que é bem diferente de apenas ter filhos.
Bjs
Que bacana, Mônica!
Bem vinda ao mundo dos blogs!
Sucesso!
Obrigada, Carol!
Bjs
Mônica
Oi Monica
Parabéns pelo seu texto e também para o site.
Realmente esta criançada está bem mais antenada. A globalização nos traz este benefício de qualidade de informações, só precisamos saber filtrá-las.
Mil bjus
Andrea
Andrréa,
Que bom que você gostou!
Concordo com você que é preciso filtrar as informações para evitar a desinformação da criançada.
bjs
Uma ótima escritora não tinha como não escrever um ótimo texto.
Mas o que mais me encantou foi esse leãozinho lindo, como faço para adotar um leãozinho institucional desses? tem versão domestica?
Adorei!
Dani,
Obrigada pelo elogio ao texto,
Infelizmente, acho difícil adotar um leãozinho fofo como o que ilustra o texto,pois eles crescem e viram feras.rs,rs,rs,rs
bjs
Mônica,
Adorei o texto, conteúdo e forma. parabéns à nova “Blogueira corporativa”.
Nesse caminho, a sustentabilidade do planeta estará em boas mãos. Aproveito para informar, que a Embrapa tem um programa muito interessante nessa linha, o Embrapa Escola. Recebemos as Escolas e também vamos até elas, para palestras e oficinas. No nosso caso específico, sobre os SOLOS. Informações no nosso sac:
[email protected]
Lou Mendonça
Valeu,Lou! Muito legal esse trabalho da Embrapa com as Escolas. Fica a dica para os filhotes dos leitores do Salada Corporativa.
Bjs
Mônica