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Criando Pontes e a Andragogia

Há dois dias tive a oportunidade de participar, como palestrante, do evento “Criando Pontes” da VIVO. Quatro Arenas (Humana, Inteligente,  Divertida e Segura) ocorrendo simultaneamente no mesmo ambiente físico, cerca de 600 pessoas sentadas em puffs, cadeiras de praia ou almofadas, dispostas em diferentes direções e TODOS, com o poder da escolha. Cada uma das quatro arenas estava conectada a um canal de áudio e cada uma das 600 pessoas ali presentes podia “zapear” entre os quatro canais. Demonstração perfeita de que o participante escolhe o assunto que quer se aprofundar mais e, por quanto tempo quer ouvi-lo. “Não é o conteúdo que eu esperava? Mudo de canal!”, “Não me identifiquei com a forma como o palestrante está conduzindo a sessão? Mudo para outro palestrante! “.

Um conceito totalmente alinhado com a forma como nós, adultos, aprendemos!

Para desfrutarmos de um maior aprendizado precisamos perceber na  atividade de desenvolvimento que estamos participando algumas questões que vão acentuar nossa capacidade de absorção e que vão, também, elevar nossa motivação em aprender e aplicar esse conhecimento. A esses conceitos, chamamos de Andragogia. Existem diversas teorias sobre a forma como melhor aprendemos, e muita coisa explicada, por exemplo, por Malcom Knowles, que contribuiu para a popularização desse conceito.

Compartilho com vocês algumas das questões que, no meu entendimento, otimizam nosso processo de aprendizado:

  • PRECISO saber: tenho consciência dos motivos pelos quais quero e/ou preciso aprender sobre determinado assunto, realizo os benefícios ao aprendê-lo e consigo perceber os riscos caso eu não o aprenda. O adulto precisa participar do ato de decidir aquilo que quer e precisa aprender;
  • GERENCIO como vou adquirir esse saber: sou o maior responsável pelo gerenciamento desse processo de aprendizado, pela identificação, dentre as diferentes possibilidades oferecidas, da forma como vou buscar esse conhecimento. Qual é a forma que mais atende ao meu estilo de aprendizado? Conteúdo, formato, horário, duração… participo dessa escolha e a gerencio.
  • VIVENCIO o que estou aprendendo: nós adultos, aprendemos através da experimentação, aprendemos fazendo, associando aquela experiência à outras que já vivenciamos. O processo de aprendizado precisa ser ativo, contrutivo e colaborativo.
  • Tenho PRONTIDÃO para aprender: quanto mais curta for a distância entre o momento do aprendizado e o momento da sua aplicação, maior a chance de absorvemos o quê estamos aprendendo. Nesse conceito, também me refiro a quanto de assistência e estímulo de outros precisamos, para aprender algo.
  • Tenho MOTIVAÇÃO para aprender: motivação é algo intrínseco e, quando somos capazes de perceber a experiência de aprender  como algo que nos traz satisfação, diversão e algo sobre o qual temos opção e controle, maior será a nossa motivação em aprender.

Já compartilhei com vocês no post Diferentes Estilos de Aprendizado, que cada um tem seu estilo de aprendizado. Acredito que quanto mais formos capazes de entender as condições em que, nós adultos, melhor aprendemos e, também, de identificar nosso estilo preferido de aprender, estaremos otimizando  nosso processo de desenvolvimento.

Em tempos de competição elevadíssima e mudanças aceleradas, esse pode ser um tremendo diferencial. As empresas podem repensar seu modelo de Desenvolvimento de Pessoas e os profissionais devem assumir a responsabilidade pelo seu desenvolvimento e carreira. Um belo e difícil desafio para RH, consultores, academia, gestores, enfim, todos os envolvidos com o processo de desenvolvimento de pessoas.

Até,

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